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Veja dicas para ter uma vida financeira saudável com seu parceiro

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Danielle Barg

Enquanto um sonha com restaurantes caros, viagens para o exterior e roupas da moda, o outro, prefere estudar investimentos que garantam um futuro seguro, estável e, de preferência, em uma casa grande e própria. Essa é a realidade de muitos casais e, de acordo com especialistas, o dinheiro pode proporcionar muitas alegrias, mas também intrigas e confusão.

De um modo geral, os problemas ocorrem quando o perfil de ¿gastador¿ é diferente, quando as rendas são muito incompatíveis, ou quando só um trabalha. A ausência do planejamento familiar também pode gerar certa dor de cabeça, assim como a falta de sinceridade em conversar sobre os gastos individuais.

Para a psicanalista Patrícia Arantes, o tema ¿dinheiro¿ ainda é visto como um tabu porque não faz parte da educação do brasileiro e muitas vezes é relacionado a experiências negativas. Ela explica que, por isso, é preciso haver equilíbrio.

Sob o ponto de vista emocional, ela acredita que o casal tem muito a ganhar quando opta por dividir as coisas, desde que se observe algumas precauções. "Quando um dos parceiros é extremamente controlador ou se sente poderoso, mandando no outro, quando há gasto do dinheiro compartilhado sem planejamento ou, ainda, quando um dos parceiros humilha o cônjuge por contribuir com a maior parte dos ganhos ou por ser mais organizado".

Veja como algumas dicas simples podem impulsionar o crescimento financeiramente e, de quebra, fortalecer a relação.

Privacidade

Desconfiança, medo de se abrir ou de perder tudo podem ser os motivos que levam o parceiro a não querer dividir, observa psicanalista Patrícia. Mas como preservar a privacidade? A profissional explica que o casal pode sim manter sua vida financeira individualmente, desde que haja entendimento para administrar o dinheiro de forma sadia.

No entanto, unindo forças o casal também ganha emocionalmente: "Facilita a administração da casa e ameniza os gastos; o par se sente mais unido, não somente no amor e na relação, mas na busca de objetivos, metas e na realização dos sonhos. Aumenta a confiança e colaboração mútua", pontua.

Dependência

Para Denise Campos de Toledo, jornalista especializada em economia e autora do livro Assuma o Controle das Suas Finanças, da Editora Gente, a questão da dependência pode ser resolvida quando as despesas são decididas e partilhadas com entendimento, respeitando os objetivos, planos e a personalidade de cada um. "Pode haver uma situação de dependência incômoda quando um entrega o dinheiro para o outro com a desculpa de que é mais experiente para administração."

Conta conjunta

Para Denise, só vale a pena ter uma conta conjunta se a decisão não for vista como uma obrigação. "Os dois devem lembrar que isso pode representar uma perda de liberdade, de independência. Se quiserem mesmo ter uma conta conjunta podem ter, para administrar as despesas da casa, mas mantendo contas individuais", explica.

Já para Marcos Silvestre, autor do livro 12 meses para enriquecer: o plano da virada, a abertura da conta conjunta é indicada mesmo que os salários sejam bem distintos. "Nela deve-se depositar todos os meses a quantia total para cobrir todas as despesas conjuntas do casal, que devem ser pagas ao longo do mês a partir desta conta", indica.

Investimentos

De acordo com José Carlos Polidoro, professor de finanças pessoais da Universidade Anhembi Morumbi, além da conta corrente conjunta para os gastos comuns, é preciso investir em uma poupança, que deve ser alimentada proporcionalmente à renda de cada um. "É preciso estabelecer objetivos de investimento de médio e longo prazo para a poupança, não se esquecendo de manter disponível uma reserva financeira para cobrir eventualidades."

Senhas de banco

Segundo Polidoro, a utilização de uma mesma senha do banco, se não puder ser evitada, deverá ser bastante disciplinada. "Caso contrário um dos parceiros poderá efetuar despesas que, no momento da utilização do cartão para pagá-las, poderá ter a desagradável surpresa do saldo insuficiente."

A jornalista Denise lembra que é preciso haver confiança entre o casal, pois, em casos de emergência, o acesso às senhas é importante. Mas ela lembra que a ferramenta não deve ser usada com outros fins: ¿a senha não pode ser uma forma de vigilância, de fiscalizar as despesas do outro com segundas intenções. Em caso de ciúmes e de desconfianças, ter acesso a conta pode ser o caminho para cobranças e brigas¿, afirma.

A hora certa

Os especialistas concordam que a divisão da vida financeira começa quando o relacionamento se torna mais sólido. "Na fase do namoro, é fundamental que os parceiros consigam se conhecer o máximo possível, também sob o aspecto financeiro, como por exemplo: as formas que cada um consegue obter suas rendas, assim como os critérios de cada um para gastar e poupar", conclui Polidoro.

Segundo Marcos, o planejamento adequado desde o início de um casamento ou união estável pode evitar contratempos em uma possível separação. "O regime de partilha de bens que rege a união definirá como se dará a separação ao nível financeiro, conforme prevê a lei", pontua.

Enriquecendo juntos

"A administração do dinheiro deve ser um reflexo de um entendimento maior do casal, de tudo o que vão partilhar por toda a vida", enfatiza Denise. Ela observa que, para o crescimento financeiro do casal, é preciso que as decisões sejam tomadas em conjunto na maior parte das vezes.

Polidoro lembra também de algumas dicas básicas. "Nunca gastem além do que ganham e vivam intensamente, dentro das possibilidades financeiras e sem comprometer a reserva que o próprio casal definiu como necessária para o momento das aposentadorias".

Para enriquecer juntos, somando forças e evitando frustrações, o especialista em finanças pessoais Marcos resgata alguns valores que estão por trás do dinheiro: "somem sonhos e investimentos, multipliquem seu poder aquisitivo e, quando o planejamento estiver maduro e chegar a hora de colher os frutos financeiros do esforço realizado, somem grandes realizações", finaliza.

O tema "dinheiro" é ainda um tabu para muitos casais mas, adotando práticas simples, é possível juntar os cofrinhos sem estresse
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Foto: Getty Images
Fonte: Especial para Terra
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