Perfil de professores pode ajudar na seleção da escola

Em qualquer escolha relacionada ao futuro dos filhos, pais apostam em alternativas que se encaixam com os valores e os projetos de vida da família. Na hora de definir a escola, não é diferente. Além do método pedagógico, as instituições de ensino se diferenciam por fatores como infraestrutura, base curricular, atividades extras, custo e carga horária. Cada opção tem suas vantagens e desvantagens, mas existem quesitos que devem ser priorizados independentemente do perfil da família.

 

Para a mestre em Psicologia Social do Desenvolvimento Humano, Ensino e Aprendizado Maria Teresa Andion, diretora da Associação Brasileira de Psicopedagogia, o corpo docente deve ser um dos principais critérios de seleção. "A questão humanística sempre fala mais alto. Os professores devem ser atualizados e apaixonados pelo que fazem", ressalta. Quanto ao ambiente, é saudável para a criança crescer junto à natureza. "Uma escola que tenha uma jabuticabeira estimula o aluno a estudar ciência", exemplifica a psicopedagoga. 

 

No jardim de infância, quando os pequenos ainda são pouco autônomos, vale considerar se há um auxiliar pedagógico acompanhando a professora e um guarda na porta da escola, que conheça a criançada. Também é preciso que o material escolar e pessoal de cada um seja higienizado e identificado, e que tenha banheiros especiais para as crianças. A localização da escola também deve pesar na decisão. Na opinião da professora Maria Teresa, uma instituição próxima de casa diminui a ansiedade de pais e crianças e é saudável no cotidiano. 

 

Ensino bilíngue pode complicar alfabetização

Passeios extracurriculares, esportes e atividades artísticas ajudam no desenvolvimento dos pequenos, principalmente se estiverem alinhadas ao plano pedagógico. Já escolas bilíngues, que proporcionam o aprendizado de uma segunda língua junto ao português, podem atrapalhar o desenvolvimento do pequeno em fase de alfabetização, se o currículo não for bem planejado. "Assimilar a língua portuguesa já é difícil o suficiente. Um acúmulo muito grande de informação pode causar dificuldades de aprendizado no futuro", explica a psicopedagoga. 

 

Algumas escolas, principalmente as de turno integral, oferecem lanche e almoço. Segundo a psicopedagoga, comer no colégio estimula a coordenação motora e o convívio social dos pequenos. No entanto, há uma ressalva: o cardápio precisa ser elaborado por uma nutricionista e a merenda deve ser de qualidade.

 

Permanecer na escola o dia inteiro também gera controvérsias. É prático para os pais que não têm alternativa e é melhor do que a criança ficar sozinha em casa, sem orientação de um adulto. No entanto, como indica a especialista, é saudável conviver em casa, almoçar com a família e ter um tempo livre. "Os pais não podem fazer da escola um depósito. A escola é uma parceira da família", aconselha.