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Pais devem dar exemplo para criança conviver com a diferença

10 mai 2013 - 07h06
(atualizado às 07h06)
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Reflexo de novos tempos, as famílias estão cada vez mais versáteis. Nas estruturas familiares atuais, os pais podem ser um homem e uma mulher, dois homens, duas mulheres, pode haver apenas a mãe ou o pai, os pais podem ser biológicos ou adotivos. Enfim, há várias possibilidades de composição familiar que vão além dos laços sanguíneos que uniam a tradicional família nuclear da época de nossos avós. Diante desta diversidade, é cada vez mais importante pensar na educação dos filhos para que saibam conviver de forma natural com o diferente.

Segundo a psicóloga Paula Paim, fazer parte de uma família não nuclear não causa dano algum à constituição psíquica da criança
Segundo a psicóloga Paula Paim, fazer parte de uma família não nuclear não causa dano algum à constituição psíquica da criança
Foto: Shutterstock

“A educação acontece, primeiramente, e de forma mais efetiva, pelo exemplo”, afirma a psicóloga Paula Paim. Logo, um adulto que deseja educar seus filhos para que valorizem e respeitem as diferenças nas formações familiares deve refletir, com sinceridade, sobre seus próprios sentimentos em relação ao assunto. Para a psicóloga Maria Teresa Carvalho, é fundamental que os pais demonstrem com atitudes que não há nada de inusitado em formações familiares diferentes da sua.

Você fora do padrão

Já quando a família “fora dos padrões" é a sua, além da preparação para conviver com as diferenças, é preciso preparar a criança para a possibilidade de estranhamento por parte de outras pessoas. É importante que o adulto saiba que a formação familiar aparecerá como questão para a criança, mas que isso não é necessariamente algo negativo. Na infância, mais do que em outras fases da vida, a curiosidade em relação ao que é diferente é algo natural.

Segundo Paula, o fato de fazer parte de uma família que não é nuclear não causa dano à constituição psíquica da criança. Porém, como todo ser humano em desenvolvimento, fruto ou não de uma família não convencional, a criança passará por desafios, irá entristecer-se e precisará lidar e aprender com eles. Para Maria Teresa, se os pais notarem algum desconforto dos filhos relacionado à configuração familiar, é preciso primeiro averiguar se o motivo do conflito são comentários de colegas ou amigos ou insegurança da própria criança. A partir disso, o diálogo deve entrar em cena. Segundo a psicóloga, deve ficar claro para os pequenos que existem diferenças em tudo no mundo, mas ser diferente não é algo que a faça ser inferior aos demais.

Escola

Crianças muito novinhas não costumam ter a percepção da diversidade de forma tão presente, logo, não demandam explicações. Para Maria Teresa, uma boa opção é esperar que a criança pergunte. Normalmente, isso acontece por volta dos cinco anos, o que costuma coincidir com a entrada da criança na escola, ampliando seu contato com o mundo e com famílias diferentes da sua.

Assim, o papel da escola é fundamental. Segundo Paula, com a ajuda dos pais e professores, num ambiente seguro afetivamente, a criança terá oportunidade de falar, brincar e construir uma elaboração sobre o assunto, fortalecendo-se, assim, para enfrentar as contrariedades que poderão surgir. Para isso, é importante que os pais escolham uma escola que compartilhe dos mesmos ideais que os seus, seja aberta à diversidade em discurso e prática. 

Se algum colega demonstrar estranhamento, o professor não deve tratar o assunto como um tabu, dando, assim, uma conotação negativa, e sim mediar o conflito, ofertando espaço para que as crianças conversem sobre o fato e exponham seus sentimentos. De acordo com a psicóloga, quando a escola é acolhedora e aberta ao diálogo, todos se beneficiam. “Com certeza, num ambiente tão aberto, a criança ‘filha biológica de um casal heterossexual casado’ também poderá compartilhar as suas questões acerca da sua própria família”, explica.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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