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Pais devem dar dinheiro para crianças só a partir dos 6 anos

1 fev 2013 - 07h10
(atualizado às 07h10)
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Não é simples lidar com o dinheiro, assim como ganhá-lo. Para saber gerir o próprio orçamento, são necessárias medidas de planejamento e organização. Portanto, aprender a administrar uma renda, por mais ínfima que seja, ajuda no desenvolvimento das crianças. Mais do que dar suporte a pequenas compras, a semanada - a versão semanal da mesada - é uma ferramenta didática, que pode educar, porém restrita apenas aos maiores de seis anos.

O pagamento de valores periódicos é indicado para crianças com mais de seis anos
O pagamento de valores periódicos é indicado para crianças com mais de seis anos
Foto: Shutterstock

Segundo a especialista em educação financeira infantil, Cássia D'Aquino, receber um valor periódico ensina a importância de ter alguma forma de orçamento, esperar, se organizar e fazer e priorizar escolhas. Nas primeiras vezes, é normal que os pequenos gastem tudo muito rápido. No entanto, até mesmo este erro inicial pode ser produtivo, porque vai lhes ensinar que, se não houver planejamento, ficarão sem dinheiro.

De acordo com a pedagoga e psicomotricista da Assessoria Educacional Terceiro Passo Julia Milano, a estruturação espaço-temporal está em pleno desenvolvimento durante a infância, portanto os pequenos têm dificuldade para realizar planejamentos a médio e longo prazos. Por mais que saibam o que é um mês, é complicado para eles se organizarem dentro de um período tão extenso. Por isso, o ideal é que os pais optem por dar para os filhos semanadas, em vez de mesadas. 

Em relação aos valores, uma dica é pagar semanalmente o equivalente a um real por cada ano da criança, isto é, quem tiver oito anos recebe R$ 8 por semana, um total de R$ 32 por mês. A quantia pode ser adaptada de acordo com as condições da família, mas não é indicado pagar exorbitâncias, pois assim o pequeno não precisará aprender a lidar com as próprias finanças e as limitações que isso possa implicar.

Antes de começar a dar a semanada, os pais precisam estar cientes de que se trata de um compromisso com a criança. Portanto, haverá acordos que precisarão ser respeitados. Os pagamentos precisam ser realizados em dias e valores pré-determinados. A criação e as possíveis alterações nessa organização precisam ser explicadas aos pequenos e discutidas por ambos, para que o adulto dê um exemplo de responsabilidade. Outra recomendação importante é que a quantia seja paga em moedas e notas miúdas, para diminuir as chances de tudo ser gasto de uma vez só.

Pagar por tarefas domésticas não é aconselhado

Guardar, guardar, guardar, somente pelo prazer de ter um pote cheio de pequenas moedas. Ou, então, depositar todas as economias dentro de um porquinho de cerâmica com uma única e estreita fenda superior. Por mais tradicionais que possam ser, hábitos desse tipo não contribuem para a criança aprender a administrar o dinheiro.

De acordo com Cássia, os responsáveis devem incentivar os pequenos a terem objetivos de compra. O ideal é que sejam quantias que possam ser poupadas em um período não muito longo de tempo, pois isso pode desmotivar a criança. Portanto, os cofrinhos somente são indicados se puderem ser abertos, sem quebrar, para que se possa contar o quanto já se guardou.

Outro hábito bastante comum e desaconselhado pela educadora financeira é a compensação financeira por tarefas realizadas. As crianças precisam aprender a contribuir com a manutenção da organização da casa, o que implica na arrumação do quarto e dos brinquedos, por exemplo. Pagar para que isso seja feito não lhes vai ensinar a importância de colaborar com os demais. No entanto, há excessões para os maiorezinhos. No caso de tarefas que não seriam realizadas por ninguém da casa, mas por um profissional, é válido recompensar. Esse é o caso de atividades como lavar o carro, dar banho no cachorro e cortar a grama.

De acordo com Julia, os pais também precisam resistir à tentação de realizar castigos ou compensações financeiras. Suspender a mesada não irá contribuir para que a criança aprenda a lidar com o dinheiro. Da mesma forma, dar uma quantia a mais porque o pequeno foi bem na escola não lhe passará bons valores. Afinal, elas não devem associar o afeto ao dinheiro, assim como não podem misturar direitos e deveres da criança.

Outra forma de os responsáveis ensinarem a importância de organizar as finanças é dar o exemplo. Uma possibilidade é fazer a lista de compras e levá-las ao supermercado, pois isso ajuda para que elas percebam que ter um planejamento é importante, assim como estar atento aos preços e às características dos produtos e dos serviços.

Fonte: Cartola - Agência de Conteúdo
Fonte: Terra
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