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Criança começa a ter noções de higiene com quatro anos

19 abr 2013 - 07h04
(atualizado às 07h04)
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Tomar banho, escovar os dentes, pentear o cabelo, lavar as mãos antes de refeições e após usar o banheiro. Atividades como estas, que fazem parte da rotina diária de higiene pessoal de todos nós, podem parecer banais, mas para crianças que estão começando a cumpri-las sozinhas, são grandes vitórias. Ser responsável pela própria higiene é um passo importante para a conquista da independência, e é algo que não acontece da noite para o dia.

Não há uma idade certa para começar a participar dos cuidados com a própria higiene
Não há uma idade certa para começar a participar dos cuidados com a própria higiene
Foto: Shutterstock

Segundo a doutora em Psicologia e professora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Fernanda Gouveia Paulino, não há uma idade certa para que os pequenos comecem a participar ativamente dos cuidados com a própria higiene. Além da capacidade para compreender as etapas de cada tarefa, a criança precisa ter estrutura física que comporte os movimentos e equilíbrio para desempenhá-las, o que acontece por volta dos quatro anos.

Já para se tornar responsável por sua higiene pessoal, além de entender cada tarefa, a criança precisa ser capaz de compreender a importância do que está fazendo e avaliar as consequências de suas escolhas. A noção de responsabilidade depende de fatores como a postura da família em relação ao estímulo de confiança, autonomia e iniciativa. De acordo com Fernanda, a partir dos seis ou sete anos, já se possui habilidades de compreensão de raciocínio lógico que permitem que seja atribuída à criança uma maior responsabilidade. Nessa idade, os pequenos também são capazes de controlar melhor os impulsos, tarefa que começa a desenvolver desde os quatro anos.

Autonomia em etapas

Para ensinar às crianças, é preciso oferecer modelos nos quais elas possam se inspirar, logo, o papel dos pais no processo de aprendizagem é muito importante. Desde cedo, ainda que não tenham a capacidade de fazer, os pequenos podem auxiliar os adultos com as habilidades que tiverem. “É interessante oferecer às crianças a oportunidade de participação em tudo o que forem capazes de cumprir, pois a satisfação por colaborar as estimulará a buscar novas conquistas”, explica a Fernanda.

A psicóloga ressalta que educar é um árduo processo de repetição, então é preciso que os pais tenham paciência. Ela sugere que, aos poucos, novas atribuições sejam feitas e as crianças aumentem gradativamente sua participação. Inicialmente, para que se familiarizem com os hábitos, podem ser dadas a elas tarefas pequenas, como buscar e selecionar os objetos adequados para cada atividade - diferenciar os itens usados para tomar banho e para escovar os dentes, por exemplo.

Outra dica é estimulá-las a executar alguns passos de cada vez, como dobrar corretamente o papel higiênico ou colocar pasta na escova de dente, até que saibam completar todas as etapas sozinhas. É natural que nas primeiras vezes os resultados não sejam muito bons, e os pais tenham de completar o serviço, mas as tentativas devem ser valorizadas. Para Fernanda, mesmo que o pequeno seja o responsável pela tarefa, os pais devem supervisionar e intervir quando necessário. “O resultado não deve ser comprometido para garantir a autonomia, este é um processo que será conquistado em etapas”, completa.

Depois de aprender algo, a tendência é que os pequenos queiram fazer tudo sozinhos, pois ficam satisfeitos com o próprio progresso. E isso não se aplica apenas aos cuidados com a higiene. Fernanda esclarece que a conquista da autonomia deve se dar de forma ampla, abrangendo todas as áreas da vida da criança. "Para atingir o sucesso em uma atividade, é fundamental que a autonomia seja estimulada também em outras”, afirma.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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