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Cirurgias intra-uterinas salvam bebês de doenças graves

13 mai 2013 - 07h07
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A notícia de que algo não vai bem com seu bebê é o maior pesadelo para a gestante. Mas graças aos avanços da medicina, ainda no útero é possível corrigir doenças graves, que atingem 1% das gestações no País, segundo o professor da Faculdade de Medicina da USP, Lourenço Sbragia.

Diagnóstico pode ser feito através da ultrassonografia
Diagnóstico pode ser feito através da ultrassonografia
Foto: Shutterstock

Realizada no Brasil desde 2003, a cirurgia fetal é a esperança de curar doenças que, embora não sejam raras, são de difícil tratamento. Através dessa operação, aumentam-se em 90% as possibilidades do feto nascer sem sequelas e ter um bom desenvolvimento neurológico. A cirurgia feita ainda na barriga da mãe pode ser realizada por endoscopia - sem cortes - ou “a céu aberto”.

O segundo método é mais antigo e capaz de corrigir duas malformações congênitas: a mielomeningocele e a adenomatóide cística. A primeira, realizada aproximadamente 10 vezes ao ano no Brasil, trata-se de uma abertura na coluna do bebê, causando a hidrocefalia – excesso de água no cérebro. Segundo Guilherme Loureiro Fernandes, professor responsável pelo setor de medicina fetal da Faculdade de Medicina do ABC, essa doença é causada, na maioria das vezes, pela falta de ácido fólico no início da gestação e por infecções virais embrionárias.

Operação sem cortes

Realizada no Brasil desde 2009, as cirurgias endoscópicas são capazes de operar o bebê sem a necessidade de cortar o útero da mãe. Foi o caso do bebê Igor, filho de Oladiane Werner, que foi operado ainda na barriga por causa de uma malformação na coluna vertebral, também conhecida como mielomeningocele. Essa técnica, inédita na América Latina até então, foi utilizada no Hospital Samaritano de São Paulo em março deste ano. O especialista ressalta, no entanto, que ainda é preciso aprimoramento nesse procedimento, pois os resultados positivos não são totalmente comprovados.

Através desse método, é possível corrigir também problemas como a válvula de uretra posterior – uma obstrução na uretra de bebês do sexo masculino, a hérnia diafragmática – uma pequena abertura no diafragma, e, também, a síndrome de transfusão feto fetal – quando, em gravidez de gêmeos, um bebê recebe mais sangue o outro. Segundo o especialista, existe ainda a transfusão intrauterina, que não chega a ser uma cirurgia e é realizada em casos de anemia do feto.

Segundo país a realizar esse tipo de cirurgia, o Brasil já conseguiu elevar o nível de sucesso. Conforme o especialista, hoje, os benefícios são muito mais visíveis do que os malefícios. “Existem riscos de óbito da mãe ou do bebê. Há ainda a chance de a mãe precisar interromper a gravidez e perder o útero. Esses riscos, porém, são muitíssimo raros”, ressalta. Após o nascimento, bebês submetidos a esses procedimentos devem ter acompanhamento médico durante alguns anos.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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