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Cigarro passivo é mais prejudicial a crianças que adultos

8 mar 2013 - 07h05
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Terceira maior causa de morte evitável no mundo, segundo dados publicados no site do Instituto Nacional de Câncer (Inca), subsequente ao tabagismo ativo e ao consumo excessivo de álcool, o consumo passivo de cigarro traz diversos malefícios à saúde. Se em adultos não fumantes que convivem com o cigarro o risco de câncer de pulmão aumenta em 30% e o de infarto do coração em 24% em relação a quem não se expõe à fumaça, nas crianças os efeitos são ainda piores: por terem uma frequência respiratória naturalmente mais elevada, elas são mais atingidas, sofrendo consequências drásticas na saúde, como bronquite e pneumonia, desenvolvimento e exacerbação da asma e infecções do ouvido. Um não fumante que convive com alguém que fuma cerca de 20 cigarros por dia, relata Ricardo Meirelles, pneumologista da Divisão de Controle do Tabagismo do Inca, perde a capacidade pulmonar como se ele próprio fumasse 10 cigarros diariamente. O especialista derruba o mito de que o fumante passivo sofre mais prejuízos que o ativo. “O fumante, na verdade, fuma duas vezes: ao tragar e, depois, ao inalar a fumaça”, explica.

Os efeitos do fumo passivo são ainda piores em crianças
Os efeitos do fumo passivo são ainda piores em crianças
Foto: Shutterstock

Meirelles conta que mesmo o feto já pode ser considerado um fumante passivo, quando a grávida não abandona o vício do cigarro durante a gestação. Substâncias como a nicotina e o gás carbônico (CO2) prejudicam a oxigenação do sangue e podem causar desde a má formação do feto até um aborto espontâneo. Além disso, os filhos de fumantes adoecem duas vezes mais do que os filhos de não fumantes. O tabagismo também é o principal responsável pela Síndrome da Morte Súbita Infantil – quando o bebê morre subitamente sem causa aparente.

Mesmo com a nitidez dos prejuízos do tabagismo passivo, explicitados por estudos e pesquisas, muitos fumantes não conseguem abandonar o vício. Cleusa Ferri, doutora em Psiquiatria e Psicologia Médica pela USP, lembra que a habilidade em parar de fumar envolve não apenas a consciência e o conhecimento dos malefícios para si e para aqueles à sua volta, mas também outras características pessoais, emocionais e de personalidade. “É muito importante a disponibilidade de serviços de tratamento que o fumante possa acessar”, ressalta Cleusa, que também acredita que as campanhas contra o cigarro estão tendo um sucesso muito grande no Brasil, causando uma importante redução da mortalidade devido ao tabaco. 

Como medidas práticas para o controle do fumo passivo, Meirelles defende as leis que proíbem o consumo de cigarros em ambientes fechados. “Não é discriminação contra os fumantes, mas proteção”, enfatiza. O pneumologista diz que fumódromos fechados são muito prejudiciais à saúde, e “seria necessário um exaustor com a força de um tufão para torná-lo um ambiente razoavelmente saudável”. Por isso, os fumódromos devem ficar, obrigatoriamente, na rua. Como consequência da falta de comodidade, revela o médico, muitos fumantes abandonam o vício.

Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra Cartola - Agência de Conteúdo - Especial para o Terra
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