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Como uma sessão de carinhos pode mudar a vida do casal

6 mai 2016 - 12h46
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Um dos melhores presentes que um casal pode fazer um para o outro consiste em se entregar a uma longa série de carícias, massagens e suaves contatos. Uma experiência inesquecível de comunicação sensorial e que reforçará a união.

As palavras e gestos carinhosos e atentos unem o casal, mas a maior "cola amorosa" é o contato das peles entre os seres humanos. Assim confirmam as últimas pesquisas científicas, que apresentam boas e deliciosas razões para se acariciar mutuamente.

Costuma-se crer que os homens prestam mais atenção ao sexo ao avaliar suas relações de casal, mas essa crença está equivocada, segundo descobriram pesquisadores do Instituto Kensey da Sexualidade, do Gênero e da Reprodução, da Universidade de Indiana (IU, na sigla em inglês) nos Estados Unidos.

Uma equipe do Instituto Kensey americano concluiu que os abraços, as carícias e os beijos fazem os homens mais felizes do que se supõe.
Uma equipe do Instituto Kensey americano concluiu que os abraços, as carícias e os beijos fazem os homens mais felizes do que se supõe.
Foto: David de la Paz / EFE

Os beijos, os abraços e as carícias são mais importantes para "eles" do que para "elas" em uma relação de casal duradoura, segundo revelou o estudo da IU, publicado na revista científica “Archives of Sexual Behaviour”.

Após analisar mais de mil casais heterossexuais do Brasil, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Espanha, de entre 40 e 70 anos de idade, e cuja relação durava uma média de 25 anos, a equipe da IU, concluiu que os abraços e os beijos fazem os homens mais felizes do que se supõe.

Segundo esta pesquisa, os homens que beijam e abraçam frequentemente suas companheiras são três vezes mais felizes que aqueles que trocam carinhos com menor frequência. Nas mulheres este tipo de carícia não influi tanto no grau de satisfação que experimentam com seu parceiro, segundo assegura o mesmo estudo.

No entanto, outras pesquisas recentes confirmam o efeito positivo do contato físico no gênero feminino.

Segundo um estudo de pesquisadoras da Universidade da Carolina do Norte e de Pittsburgh (EUA), quando uma mulher recebe estímulos como carícias, abraços, carinhos e massagens por parte de seu parceiro, sua pressão sanguínea e ritmo cardíaco se reduzem.

Os especialistas estudaram 59 mulheres de entre 20 e 49 anos, antes e depois de manterem com seus parceiros um "contato cálido" que terminava em um longo abraço de 20 segundos, concluindo que os abraços frequentes e o apoio emocional se relacionam com maiores níveis de oxitocina, um hormônio vinculado à excitação sexual e à amamentação, assim como a uma queda da pressão do sangue.

Comunicação pela pele

Também foi comprovado cientificamente que as mulheres casadas submetidas a um estresse extremo que pegam a mão de seu marido sentem um alívio imediato ao produzir-se um efeito apaziguador em nível neuronal

O efeito tranquilizador do contato humano foi comprovado por meio de técnicas de diagnóstico por imagem que permitiram visualizar diferentes áreas do cérebro profundo das participantes do experimento, desenvolvido por neurocientistas das universidades de Wisconsin e Virgínia, nos Estados Unidos.

O alívio sentido pelas mulheres era muito superior quando sua mão era tomada por seus maridos comparado quando o contato era com uma pessoa estranha, enquanto aquelas mais unidas a seu parceiro foram as que experimentaram um maior bem-estar, segundo os pesquisadores americanos.

"O suave toque de pele, as brincadeiras com as mãos, o cálido contato dos corpos, o vaivém das sensações... Falam sua própria linguagem, favorecem uma comunicação mais íntima e sincera e permitem que aflore nossa parte menos verbal e mais sensitiva", diz a psicóloga clínica Margarita Marqués.

"O suave toque de pele, as brincadeiras com as mãos, o cálido contato dos corpos, o vaivém das sensações... Falam sua própria linguagem, favorecem uma comunicação mais íntima e sincera e permitem que aflore nossa parte menos verbal e mais sensitiva", diz a psicóloga clínica Margarita Marqués.
"O suave toque de pele, as brincadeiras com as mãos, o cálido contato dos corpos, o vaivém das sensações... Falam sua própria linguagem, favorecem uma comunicação mais íntima e sincera e permitem que aflore nossa parte menos verbal e mais sensitiva", diz a psicóloga clínica Margarita Marqués.
Foto: Kai Försterling. / EFE

Segundo Margarita "há muitas brincadeiras e técnicas para aprender a ficar com o parceiro e senti-lo, para reconhecer-nos a nós mesmos e reconhecer o outro, o que permite uma comunicação mais real, profunda e estável".

“Por exemplo, podemos simplesmente brincar com nosso parceiro de tocar um ao outro, sem as mãos: com as costas, a cabeça, a orelha, as pernas, os antebraços", assinala Margarita.

“Outra opção consiste em que primeiro um toque e estimule o outro, e depois ao contrário, com massagens, carícias, sopros, beijos, beliscões, sussurros, acompanhados de música sensual, um ar quente, aromas de essências e luz de uma vela. Podem ser experimentados e testados uma infinidade de estímulos sensoriais, o que é muito prazeroso e erotógeno", acrescenta a especialista.

“Além disso, para nos comunicarmos melhor com a pessoa amada, podemos pegar suas mãos, tocá-las, observá-las, senti-las, explorá-las em nível superficial e mais profundo, pesquisarcom o tato sua pele e unhas, até seus ossos, músculos e articulações", sugere a psicóloga.

"Temos que nos permitir sentir seu tato e observar o que sentimos: sua mão é suave, áspera, forte, vacilante, sincera, fugidia, cálida, úmida, seca? Como reagimos perante esse contato?", explica Margarita.

"Este simples jogo nos une muito ao outro e nos faz conhecê-lo melhor. Inclusive nos permite descobrir aspectos que antes não percebíamos de nosso parceiro, como sua sensibilidade, temores, sua proximidade ou distância emocional e sexual", finaliza.

Um contato próximo e prazeroso

Por outro lado, uma sessão de massagem sensual e relaxante pode constituir por si sóuma experiência para os sentidos. Uma massagem bem feitanão só produz prazer a quem a recebe mas também a quem a faz, e o parceiro não a esquecerá facilmente.

"Antes de fazer uma massagem no parceiro, é preciso estar relaxado, porque o contato íntimo é tão estreito que inclusive os sentimentos mais profundos são transmitidos, e começar com a mente limpa e concentrada no que se faz", segundo explica o especialista em osteopatia e quiroprática Marcos Catalán.

Este especialista recomenda "respirar pausadamente, deixando que os músculos fiquem relaxados, o que ajuda a aumentar o equilíbrio interior e o relaxamento do massagista".

Segundo Catalán, a massagem inicia um canal de comunicação onde o que massageia fala com suas mãos e o que recebe responde com seu corpo.

Segundo esta pesquisa, os homens que beijam e abraçam frequentemente suas parceiras são três vezes mais felizes que aqueles que trocam carinhos com menor frequência. Nas mulheres este tipo de carícia não influi tanto no grau de satisfação que experimentam com seu parceiro, segundo assegura o mesmo estudo.
Segundo esta pesquisa, os homens que beijam e abraçam frequentemente suas parceiras são três vezes mais felizes que aqueles que trocam carinhos com menor frequência. Nas mulheres este tipo de carícia não influi tanto no grau de satisfação que experimentam com seu parceiro, segundo assegura o mesmo estudo.
Foto: Leopoldo Smith. / EFE

Embora esclareça que a massagem requeira uma aprendizagem e prática da técnica adequada, este especialista dáalgumas noções sobre como realizar uma das massagens mais sensuais, nas costas, que deve ser feita em um ambiente de temperatura agradável, com luz leve e livre de ruídos.

O também autor de livros sobre o assunto aconselha colocar o parceiro nu, de costas, e nos ajoelhar em um dos lados. Em seguida, jogar óleo ou creme em nossas mãos e aplicá-los suave e sucessivamente com leves fricções pela área que massagearmos.

A massagem dorsal começa com deslizamentos suaves por toda as costas, desde a nuca até o glúteo e da coluna vertebral para fora. É preciso tomar um glúteo com ambas as mãos e amassá-lo, para depois subir nesse mesmo lado do corpo, empurrando a zona lombar e dorsal, com menos pressão, até chegar ao ombro e aos trapézios. Uma vez ali, é preciso descer pelo outro lado fazendo os mesmos movimentos.

Depois, temos de pressionar o sacro com a base da mão, traçando pequenos círculos, e subir dali beliscando cada uma das vértebras com movimentos muito lentos. Ao chegar à nuca, é preciso pressionar ligeiramente o osso occipital, com os dedos índice e polegar.

Finalmente, descemos outra vez pela coluna, com beliscões leves até terminar no sacro, de novo com pequenas pressões. Para concluir esta massagem, de 20 minutos, é preciso fazer vibrações percorrendo as costas por inteiro, com um movimento oscilante, finaliza o especialista.

EFE   
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