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Pompoarismo: conheça a prática, benefícios e principais movimentos

4 jan 2013 - 14h00
(atualizado em 10/12/2013 às 12h47)
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Ao imaginar uma aula de pompoarismo, muitas mulheres pensam em um momento constrangedor: ter que ficar nua na frente de desconhecidas, o que não é exatamente uma situação confortável para a maioria, ainda mais quando os movimentos estão relacionados a um assunto tão íntimo quanto a região pélvica. Mas não é bem assim que acontecem as aulas dessa prática.

Especialistas afirmam que, além de trazer benefícios físicos e psicológicos, o pompoarismo propicia um orgasmo mais intenso
Especialistas afirmam que, além de trazer benefícios físicos e psicológicos, o pompoarismo propicia um orgasmo mais intenso
Foto: Getty Images

A observação parte da pompoarista Lu Riva, autora do Livro de Pompoarismo – Pompoar: Prazer Saúde, que se apressa em dizer que este mito não procede. “As mulheres fazem a aula com roupa de ginástica porque nada mais é do que uma ginástica vaginal”, pontua. Atualmente, Lu tem cerca de 100 mulheres matriculadas no curso que ministra na capital paulista sobre o método que, segundo ela, tem dois objetivos: o aspecto sexual, no sentido de ter e dar mais prazer; e a melhora da saúde da região. “É cientificamente comprovado que o pompoarismo evita a queda do útero, da bexiga e a incontinência urinaria”.

Ela mesma acabou chegando à prática por causa do segundo motivo. Depois de sofrer por anos com uma infecção urinária e passar por vários especialistas, descobriu, por meio de pesquisas na Internet, que a prática pode ajudar a curar o problema, pois aumenta o fluxo sanguíneo na região. “Com três meses de treino, pararam as infecções”. A satisfação foi tão grande que ela começou a recomendar para as amigas do banco onde trabalhava. Em pouco tempo estava dando aulas e, por fim, largou a profissão de bancária para se dedicar ao novo papel.

De acordo com a ginecologista e obstetra Caroline Alexandra Pereira de Souza, da clínica BMS, de São Paulo, o pompoarismo é uma técnica indiana que consiste na contração e no relaxamento dos músculos da vagina e do períneo para o aumento do prazer sexual. “Ao exercitar, aumenta-se o fluxo de sangue na região e, consequentemente, a sensibilidade da área pélvica, resultando em níveis mais elevados de excitação e orgasmos mais intensos”, pontua.

A psicóloga Priscila Gasparini Fernandes ainda acrescenta que, na Tailândia, é costume passar a técnica de mãe para filha. “Não havia essa conotação negativa e pejorativa para a prática do pompoarismo que temos hoje. O pompoar é um exercício para que a mulher tenha controle mental de seus músculos circunvaginais”.

Como é a aula?

Lu explica que a aula de pompoarismo lembra muito a de pilates. Usando roupas de ginástica, para facilitar o movimento e ampliar a percepção do próprio corpo, as mulheres começam com o alongamento dos músculos pélvicos. Na sequência, partem para o aquecimento do fluxo sanguíneo na região e, depois disso, é feito o reconhecimento corporal.

O curso ministrado pela pompoarista dura um ano e meio e, ao longo das aulas, as alunas aprendem a identificar os anéis vaginais, fazem exercícios para o fortalecimento da região e, em um estágio mais avançado, aprendem a lidar com a velocidade dos músculos vaginais. “A mulher aprende a mover a vagina de dentro para fora”.

Quem não pretende fazer aula pode apostar em livros que ensinam a técnica. Neste caso, a especialista recomenda disciplina. “É possível treinar os movimentos sozinha, mas é como uma academia, quanto mais treinar, mais rápido verá os resultados”.

Benefícios físicos

Além de ganhar tônus muscular na vagina, uma aula básica de 50 minutos, de acordo com os cálculos de Lu, podem mandar embora 133 calorias em média. “Ela também trabalha glúteos, coxa e abdômen". Segundo a profissional, os resultados começam a aparecer em um mês, e, esteticamente, a vulva também fica mais bonita.

Outro benefício associado à prática é a melhora da imunidade da região. Os exercícios previnem a incontinência urinária e a flacidez pós-parto, permitindo que a mulher recupere sua antiga forma, segundo observa Caroline. “A mulher cuida da saúde e passa a se conhecer melhor”, reforça.

Benefícios na mente e na cama

“Muita gente nem percebe a existência de alguns músculos na região pélvica, mas descobre que pode ter sensações muito prazerosas se movimentá-la”, afirma a ginecologista, completando que o treino propicia o aprendizado de movimentos que se assemelham às contrações que ocorrem de forma involuntária durante o orgasmo. “O segredo é começar cedo. A região pélvica sofre alterações a partir dos 25 anos, precisa ser fortalecida para se manter saudável e sensível”.

A pompoarista Lu enumera outras conquistas que decorrem da prática, como a melhora da autoestima, aumento da libido e maior sensibilização dos músculos. “Ela passa também a se sentir mais desejada e mais sensual”. A psicóloga Priscila reforça: "o pompoarismo auxilia as mulheres a perceberem-se sexualmente,estimulando o prazer. É uma técnica que favorece as mulheres que tem dificuldade para atingir o orgasmo, pois se conhecendo melhor irão se sentir mais confiantes e seguras, permitindo-se ao ato sexual de forma mais leve e tranquila”.

Orgasmo mais intenso

A partir do pompoarismo, a percepção do orgasmo também sofre uma mudança. De acordo com Lu, ele passa a ser mais intenso porque, diferente do orgasmo clitoriano, que depende de um estímulo externo, ele passa a ser de dentro para fora. “Tem mulher que nunca teve orgasmo na vida. Com a técnica, a consciência corporal aumenta”, avalia. O homem, por sua vez, também se beneficia, uma vez que a mulher passa a se movimentar de forma sensual envolvendo o órgão sexual masculino. “É como se a mulher tivesse prendendo o pênis”, exemplifica.

Sem medo de ser feliz 

Para dar início ao treino sem se preocupar com a saúde, o ideal é consultar um ginecologista antes e se certificar que a região íntima está em perfeitas condições. Caso haja alguma infecção, mioma, problemas no útero ou outros, é preciso tratar antes. Já se o problema é psicológico, como medo, vergonha ou qualquer outro tabu que impeça este tipo de prática, a pompoarista explica: “por muito tempo, o pompoarismo foi associado a uma imagem errada, de pornografia. Mas na verdade é um reconhecimento corporal, não é mágica. Toda mulher deveria fazer porque ela pode aprender coisas muito íntimas que são importantes. Ela vai se sentir mais feliz e dona do seu corpo”, acrescenta.

A ginecologista Caroline alerta, no entanto, que o método não faz milagre. O sexo é um ato que precisa ser tratado como um todo para quem tem inibições emocionais que interferem na cama. Sexo está mais na cabeça do que no corpo. Ou seja: se o emocional vai bem, a ginástica pode ser uma dose extra de prazer. Caso contrário, não faz efeito”.  

Para quem pretende resolver estas questões interiores, ela indica que o segredo é livrar-se de qualquer tipo de preconceito. “Seu parceiro está com você porque se sente atraído. Não encane com peso, celulite, formas, pois a cabeça de homem é diferente. Sinta-se livre, faça o que tenha vontade, sem preconceito”, finaliza.

E para que o casal entre ainda mais em sintonia, a dica da psicóloga Priscila é que a mulher abra o diálogo sobre a novidade. “Fazendo parte dessa técnica o parceiro irá contribuir e poderá também fazer exercícios pélvicos masculinos que visam retardar a ejaculação, o que contribui para um tempo maior de ereção e prazer para o casal”. 

Principais movimentos

A ginecologista Caroline lista vários movimentos que ajudam a promover o aumento do prazer sexual por meio do pompoarismo. Confira:

Chupitar: sugação peniana (assemelhando-se a uma chupeta de bebês)

Estrangular: aperto do pescoço da glande por um dos anéis vaginais

Expelir: “expulsão” do corpo do pênis, permanecendo na vagina apenas a glande

Ordenhar: massagem do pênis pelos anéis vaginais

Revirginar: fechamento dos lábios e do primeiro anel vaginal, dificultando a entrada do pênis

Sugar: sugação do corpo do pênis para dentro da vagina

Torcer: torção dos anéis vaginais

Travar: impedimento da saída do pênis da vagina por contração.

Fonte: Terra
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