Homem junta "coral" na praia, salta de parapente e pede mulher em casamento
E se o homem que você ama juntasse um coral com mais de 50 pessoas na praia, pulasse do alto de um morro com um parapente e, ao aterrissar, te pedisse em casamento na frente de todos os amigos? Parece coisa de filme, mas foi o que aprontou o bancário Paulo Vinícius, 26 anos, no último domingo, em São Vicente, para a surpresa e alegria da nutricionista Marcela Duarte, 23, namorada do rapaz há dois anos e meio, agora noiva e futura esposa.
Mas a odisseia de Paulo em busca do pedido de casamento perfeito não foi simples. A iniciativa começou dias antes: decidido a pedir a mão da amada, o bancário reuniu conhecidos pela internet e discutiu a mirabolante ideia a ser executada no último dia 9. Só que precisaria contar com a colaboração de todos, que deveriam "enganar" a futura noiva e ainda formar um "coral" com a música Do Seu Lado, do grupo Jota Quest, canção representativa ao casal. Difícil? Não quando se tem amigos.
"A ideia inicial era fazer uma dança com todos os nossos amigos envolvidos, onde eu faria o pedido no final, assim como aconteceu no famoso vídeo 'Melhor pedido de casamento do mundo'. Mas, após ouvir as pessoas, decidi que não seria viável por falta de tempo. Então fomos unindo a minha ideia de fazer um pedido diferente, onde tocaria a música que tocou quando a pedi em namoro, com as ideias de todos os envolvidos, que foi até melhor do que a ideia inicial", contou o noivo.
"Gravidez" levou mulher ao local marcado
Foi no jardim da praia do Itararé que mais de 50 pessoas próximas ao casal se reuniram com roupas brancas para aguardar o pouso de Paulo, que iria saltar do Morro da Asa Delta em companhia de Christian Abreu, piloto de parapente. Por outro lado, Marcela - que de nada suspeitava - enfrentava maus bocados a poucos metros dali junto da amiga Kamilla Santana, que teve que criar uma desculpa esfarrapada para conseguir levar a nutricionista ao local marcado em pleno domingo.
"Eu pensei em inventar alguma coisa sossegada, como fazer fotos para uma loja. Só que aí qualquer almoço que a Marcela tivesse em família atrapalharia. Então, peguei pesado: liguei para ela e disse que não poderia mais esperar, que precisava contar para alguém que estava grávida. E que eu precisava contar para o pai no domingo e, por isso, marquei de me encontrar com ele na praia. Aí, pedi para ela ir comigo fazer companhia, pois eu estava muito nervosa", detalha Kamilla, estudante.
"Achei estranho, pois isso não era algo do perfil da Kamilla. Aí, fomos lá para o lugar combinado em busca do suposto pai. Lá, conversamos sobre o que ela deveria fazer com a situação e eu estava desesperada. Fomos até a praia, onde ela disse ter marcado com o menino, pois ele aparentemente morava ali em frente. Ficamos sentadas no calçadão e, de repente, ela me chamou para ir ao jardim, pois 'ficaria mais facil de nos achar'", relembrou Marcela.
"Iemanjá", ensaio de coral e medo de altura
Já no local marcado para a aterrissagem de Paulo, a futura noiva estava confusa. Mais ainda quando viu um grupo de pessoas de branco caminhando em sua direção. Mas que diabos era aquilo? A própria Marcela, que havia completado 23 anos três dias antes, explica: "vi a Kamilla sair correndo até aquelas pessoas. Pensei: 'é um grupo fazendo oferenda para Iemanjá'. Mas logo avistei que eram meus amigos e imaginei: 'o Paulo armou uma surpresa de aniversário, que vergonha'", conta.
A "oferenda a Iemanjá" nada mais era do que os mais de 50 amigos do casal presentes para ajudar, reunidos desde o início da tarde de domingo. Com roupas brancas, eles tinham a missão de ir em direção à noiva cantando a música referida. "Ensaiamos tudo na hora. Recebemos o sinal para ir em direção à Marcela, que parecia não entender nada", explica o publicitário Vinicius David, um dos organizadores do encontro.
Enquanto isso, a 182 metros do nível do mar, no Morro da Asa Delta, Paulo encarava o primeiro salto de parapente de sua vida - tarefa árdua para quem morre de medo de altura. "Foi meu melhor amigo, Jayme Siciliano, que teve essa 'ideia de girico' de saltar de lá de cima. Aí, enquanto eu estava lá no alto, apenas pensei na função daquele capacete, pois caso eu caísse de nada ele adiantaria", contou Paulo Vinícius.
Pouso perigoso, pedido bem-sucedido e aceito
De repente, a futura noiva se viu rodeada por 50 amigos, que formaram um círculo ao seu redor cantando a canção citada. Transtornada com a situação, Marcela ficou ainda mais surpresa ao ver o namorado, de parapente, despencar na grama do jardim da praia. "Ele caiu de bunda no chão, coitado", explicou o amigo Guilherme Poli. "Ele estava tão nervoso que esticou a perna e ficou de bunda no chão. Não conseguia nem tirar o capacete, estava tremendo todo", detalhou o piloto do parapente, Christian Abreu.
"Fiz tudo errado de tão nervoso que fiquei. Quase nos esborrachamos no pouso. Ao invés de eu correr, minha perna travou. Mas, quando a vi, senti a melhor sensação do mundo, indescritível. A frase não saiu completa e não consegui fazer o discurso previsto. Falei no ouvido dela e entreguei a aliança, mas ouvi um de meus amigos, o Vinicius David, exigir que eu ajoelhasse. E eu o obedeci, no calor do nervosismo", relembrou Paulo.
"Apenas o vi quando já estava no chão, vindo na minha direção. Aí, ele me abraçou e pediu, só que ainda continuei pensando no momento que fosse uma declaração de amor pelo meu aniversário de dias antes", continuou Marcela, ainda confusa em meio ao "coral" ao seu redor. A nutricionista passou a perceber o grau da situação quando viu o namorado se ajoelhar, fazer o pedido e só então lhe fazer cair a ficha. "Sim, é lógico", respondeu, atônita, sem pestanejar. "Agora, os planos tendem a se concretizarem", avisou a noiva. Que assim seja.