Mulheres que retiraram os dois seios posam para calendário
Estas mulheres têm algo em comum: um risco maior do que 80% de desenvolver câncer de mama ou de ovário, devido a um gene defeituoso que carregam. Assim como Angelina Jolie, elas tiveram que tomar uma decisão difícil ao apostar em uma mastectomia dupla preventiva e, após se submeterem à cirurgia, posaram para um calendário para mostrar ao mundo que estão orgulhosas de sua decisão. Com informações do site do jornal britânico Daily Mail.
O calendário, batizado de BRCA Babes, tem o objetivo de arrecadar fundos para o National Hereditary Breast Cancer Helpline, fundado em 1996 por Wendy Watson, a primeira pessoa a passar por uma mastectomia preventiva. Veja, abaixo, algumas das histórias inspiradoras que deram origem a este trabalho.
Helen Smith, 49
Mãe de quatro filhos, Helen trabalha como assistente de crianças com necessidades especiais e disse que quis integrar o calendário para provar para outras mulheres que, mesmo que a descoberta da doença possa fazer o mundo desabar, é possível obter grandes resultados. Ela descobriu o câncer depois da mãe e da irmã passarem pela mesma experiência. “Quando peguei o resultado, fiquei devastada”, relembra, completando que, na época, não queria fazer a masctecomia. “Mas, lá no fundo, eu sabia que era mais importante para mim estar viva para os meus filhos”. Os 15 meses em que procrastinou a cirurgia foram um “inferno”, segundo descreve. “Wendy Watson foi um grande apoio para mim, e foi através dela que conheci meu cirurgião. Quando acordei da operação era como se um peso tivesse sido tirado de mim”, afirma. “Gosto ainda mais do meu corpo agora.”
Becky Measures, 32
A apresentadora de rádio conta que tinha apenas 10 anos quando a mãe passou por uma mastectomia. “Achava que era algo com o que eu não teria que lidar antes dos 30 anos”, afirmou. Mas tudo mudou quando se deparou com a doença de uma prima, que apresentou sintomas aos 29. Os maiores medos de Becky eram sentir dor durante a cirurgia e como ficaria sua aparência ficaria depois do procedimento. “Fiquei muito aliviada ao saber que poderia fazer a mastectomia e a reconstrução ao mesmo tempo.” Ela contou também que era jovem e queria se manter sexy e feminina e, por isso, optou por manter os mamilos, mesmo sabendo que o câncer poderia voltar a se desenvolver neles. “Fiz parte do calendário porque quero mostrar que uma dupla mastecomia não vai fazer com que você pare de se sentir mulher.”
Rachel White, 41
A costureira conta que o calendário a ajudou a superar um trauma de anos. “Sou de uma família de oitos membros que descobriram, ao mesmo tempo, que tínhamos herdado o gene defeituoso da minha avó materna.” Ela explica que cada uma lidou com a situação de forma diferente. “Lutei contra a perda dos meus seios, preocupada que isso pudesse afetar meu casamento.” Ela conta que o marido sempre a apoiou, mas que ainda assim tinha medo da forma como ele a encararia no chuveiro, com a nova aparência. “Escolher ter meus seios removidos foi a decisão mais difícil que já tomei, mas, depois de dois anos sendo monitorada, eu sabia que tinha que tê-lo feito pelo amor de meus filhos.”
Carly Perkins, 29
“O que eu mais amo sobre a minha fotografia é que ela realmente mostra uma das minhas cicatrizes da mastectomia. É a minha cicatriz de batalha, e eu não quero esconder isso”, diz Carly, que se dedica em período integral ao trabalho de mãe. Ela conta que foi diagnosticada depois do seu aniversário de 28 anos, nove meses depois de dar à luz. O histórico da família traz casos de câncer na mãe e na tia. Quando foi diagnosticada, Carly entendeu que a mastectomia aumentaria as chances de permanecer ao lado da filha. A cirurgia, no entanto, não foi um sucesso imediato e isso trouxe muitas repercussões emocionais. Apesar do risco de ainda desenvolver cisto nos ovários, ela topou fazer as fotos e disse que ama a própria imagem. “Quando eu vi, mal podia acreditar que era eu.”
Rachael Staff, 40
“Antes de fazer as fotos, tive muito medo. Não sou o tipo de mulher que faria topless na praia, muito menos posar para fotos íntimas”, conta a assistente educacional. No entanto, ela afirma que estava determinada a dar algo em troca da instituição de caridade que tanto a apoiou. “Eu, na verdade, me sinto sortuda por ter descoberto que tinha 85% de risco de ter câncer. Isso me deu a oportunidade de tomar o controle da situação, algo que as pessoas que não foram diagnosticadas não tiveram”, analisa. Ela diz que para ela foi fácil a decisão de fazer uma dupla mastecotomia, já que perdeu a mãe aos 8 anos de idade. “Minha mãe morreu de uma hemorragia cerebral, então eu faria qualquer coisa para poupar meus filhos deste sofrimento.” Rachael conta ainda que, embora esteja contente com o resultado da operação, perder os seios afeta a feminilidade. “Essa sessão de fotos provou que, apesar de ter feito uma mastectomia dupla, ainda posso ser sexy”, finaliza.
