Fogueiras e simpatias marcam homenagem ao santo casamenteiro
Acender fogueira para celebrar Santo Antônio, São Pedro e São João já é tradição na família do aposentado Agenor Pereira de Andrade, de 75 anos. A homenagem não é feita apenas no dia dedicado a cada um dos santos, mas também na véspera. Na noite de quinta-feira, 13, Dia de Santo Antônio, assim como tinha feito na noite anterior, Agenor acendeu a fogueira na frente da sua residência, no bairro do Jardim Paulistano, em Campina Grande, onde reuniu parte da família, formada por 13 filhos, 27 netos e dois bisnetos.
Decoração junina, fogueira e fogos de artifício para as crianças não faltaram – ao contrário de outro ingrediente tradicional, o milho, que, por causa da seca, ainda não chegou às feiras livres em boa quantidade e qualidade. Tudo ao som de músicas de Luiz Gonzaga, do qual Agenor tem uma coleção de CDs. Neste ano, disse ele, "a festa nem foi tão animada, porque perdi a minha esposa há sete meses, mas não poderia deixar de homenagear Santo Antônio e também comemorar o aniversário de um neto".
Como em toda comemoração ao santo casamenteiro, não poderiam faltar as tradicionais simpatias, comuns na cultura do Nordeste – e também passadas de geração em geração na família de Agenor.
Uma das suas netas, Brunna de Andrade, de 14 anos, seguindo as orientações da tia, Tânia Andrade, e curiosa por querer saber do futuro sentimental, acabou fazendo uma simpatia. Prendeu uma aliança a um fio do próprio cabelo e a segurou sobre um copo com água. Como diz a tradição, o número de vezes que a aliança bate na borda do corpo é o número de anos que faltam para que ela se case. "E tem que segurar a aliança rezando a oração Salve Rainha", disse uma das tias. O resultado: dez batidas. Assim, se a brincadeira se mostrar realidade, Brunna se casará aos 24 anos.