<h2>Muito se fala sobre o orgasmo, mas poucos sabem detalhes sobre o assunto. Existe mesmo o ponto G, por que algumas não conseguem chegar lá. Homens podem fingir orgasmo? Tira todas as suas dúvidas.</h2> <p>Orgasmo. Todos querem, mas poucos sabem detalhes sobre o assunto. Homens podem fingir? É possível ter orgasmo por meio do sexo anal? Existe ponto G feminino e masculino? Para tirar essas e outras dúvidas, o <strong>Terra</strong> reuniu informações do escritor e professor Carlos Kadosh, autor dos livros <em>Potência Sexual Masculina</em>, <em>Pompoarismo - O Caminho do Prazer</em> e <em>Potência Orgástica</em>; da escritora e professora de artes sensuais Celine Kirei, autora de <em>Pompoarismo - O Caminho do Prazer</em> e <em>Strip Tease - Como Conquistar Um Homem</em>; do urologista, sexólogo e educador sexual Celso Marzano, autor de <em>O Prazer Secreto</em>; e do ginecologista e sexólogo Amaury Mendes Júnior, professor do ambulatório de sexualidade da Universidade Federal do Rio de Janeiro. </p> <p><strong>Existem diferenças entre orgasmo feminino e masculino? </strong><br> Segundo o sexólogo Mendes, não existe diferença em termos de prazer. As diferenças estariam em como chegar a ele. “Primeiro há a condição de gênero, homem e mulher, em que o homem é estimulado a pensar desde cedo que tem maior facilidade de exercer a atividade sexual, quase como uma questão moral de não poder falhar, enquanto a mulher passa por uma ‘castração’ da sociedade, embora hoje menos, em um modelo em que, embora goste, não pode pedir, precisa adotar a submissão. Para sentir orgasmo, a mulher precisaria conhecer o próprio corpo para saber o que faz gozar, mas muitas ainda apenas esperam que o homem faça com que gozem”, comentou. “Também tem a questão psicossocial sobre timidez, tabus, preconceitos, mitos, que atrapalham a vida sexual.” </p> <p>Para o educador sexual Marzano, a resposta sexual do homem e da mulher é diferente. “Sofrem influência do seu físico, do seu emocional e do momento que vivem. O orgasmo é um momento único e pessoal. Cada mulher reage de forma específica e tem sinais físicos e emocionais diferentes. Esses sinais também variam de acordo com a fase do ciclo hormonal daquela mulher e do estado emocional daquele momento. Dessa forma, cada homem deve ficar atento a cada detalhe do corpo da parceira, em cada relação e assim saberá em pouco tempo as dicas que demonstram que aquela mulher realmente chegou ao orgasmo”, finalizou. <strong></strong></p> <p><strong>Sempre que o homem ejacula, teve um orgasmo? </strong><br> Não. O ejaculador precoce, por exemplo, ejacula sem ter orgasmo, apontou o sexólogo Mendes. “Por problemas de relacionamento, por problemas pessoais e/ou doenças neurológicas, pode ocorrer a resposta física da ejaculação sem a resposta emocional do orgasmo”, completou o educador sexual Marzano. </p> <p><strong>Quanto tempo dura o orgasmo masculino e o feminino? </strong><br> O tempo é variável. “Mas, geralmente, o orgasmo masculino é único e dura de dois a 10 segundos e o da mulher, quando único, tem a mesma variação de tempo. Mas, quando múltiplo, pode chegar até 15 minutos com picos maiores e menores de prazer”, comentou Marzano. </p> <p><strong>O orgasmo é mais intenso em homens ou mulheres? </strong><br> A questão divide opiniões dos especialistas. “A intensidade do orgasmo não é questão de ser homem ou mulher e sim da excitação, da entrega, da resposta sexual mais ou menos intensa. Tudo que atinge o emocional vai facilitar ou dificultar a intensidade do orgasmo”, afirmou o educador sexual Marzano. Mas, na opinião do escritor Kadosh, as mulheres saem ganhando. “De maneira geral, quando uma mulher atinge o orgasmo, a energia do prazer percorre com mais facilidade todo o corpo e atinge o cérebro com mais intensidade proporcionando mais prazer, enquanto que na maioria dos homens a energia se concentra muito na área genital.”<br> <br> <strong>Por que as mulheres conseguem ter orgasmos múltiplos?</strong><br> A diferença vem da anatomia e da resposta sexual de cada um, como informou o sexólogo Marzano. “No homem, existe sempre um tempo de descanso depois do orgasmo, geralmente perdendo a ereção, e após pode recomeçar toda a resposta sexual novamente. Na mulher, após o orgasmo, a excitação pode se manter e, se estimulada adequadamente, pode ter orgasmos repetidos.”</p> <p><strong>Existe orgasmo por meio do sexo anal para homens e mulheres?</strong><br> Sim. “Existem depoimentos claros, tanto de homens como de mulheres que praticam o sexo anal, de orgasmos sem qualquer outra estimulação concomitante. Também muitas mulheres e homens chegam ao orgasmo com o sexo anal e com uma estimulação genital ao mesmo tempo. Outros não têm orgasmo, mas não veem nisso uma derrota e sim uma forma de aproximação, carinho e amor”, disse o educador sexual Marzano. “As mulheres têm maior possibilidade do orgasmo quando praticam contrações musculares da vagina e da região pélvica, que aumentam a sua excitação, somadas ao efeito da fantasia excitante de estarem sendo penetradas. Entre os homens, a estimulação da próstata e região facilita o orgasmo. A excitação aumenta também no sexo anal quando os participantes estão envolvidos em muita fantasia e imaginação”, completou. <strong> </strong></p> <p><strong>Como prolongar o orgasmo em homens e mulheres?</strong><br> “Os exercícios de ginástica íntima e também muitas técnicas do tantra (estudos e práticas que levam ao êxtase) colaboraram para prolongar e intensificar o orgasmo”, disse a professora de artes sensuais Celine. Já o sexólogo Marzano considera mais fácil prolongar a excitação do que o orgasmo, porque, quanto ele chega, “não se controla nem o tempo e nem a intensidade”, opinou. Mendes enfatiza que orgasmo bom é o livre, seja curto ou longo, mas o mais importante é a sexualidade de maneira ampliada, as carícias que podem durar uma noite toda mesmo sem levar ao orgasmo. </p> <p><strong>Quantos orgasmos homens e mulheres podem ter em um dia? </strong><br> Não há um número específico. Isso depende de muitos fatores, como idade, tipo de relação, grau de interesse, preparo físico e contexto do sexo, disse o sexólogo Mendes. “Geralmente, na masturbação repetida em homens e mulheres os orgasmos são muitos”, completou Marzano. </p> <p><strong>Os homens podem controlar o orgasmo para retardá-lo? </strong><br> Sim, desde que consigam controlar a excitação, segundo Marzano. “As técnicas são muitas vezes pessoais e muitos aprendem a segurar em terapia sexual”, acrescentou. “Além das técnicas de fortalecimento da musculatura da região genital, o homem pode usar técnicas de respiração e também aprender mais sobre posições sexuais que auxiliam o controle da ejaculação, como as sugeridas nos manuais de Kama Sutra. Muitas dessas posições exigem concentração e flexibilidade mas, dessa maneira, se consegue prolongar o tempo da relação e intensificar o orgasmo. As mesmas técnicas podem ser usadas pelas mulheres que poderão ampliar o prazer com esses conhecimentos”, acrescentou o escritor Kadosh.</p> <p><strong>Mulheres ejaculam?</strong><br> Não, segundo o sexólogo Mendes. “A vagina produz lubrificação. Se tem muito estrogênio, está muito excitada, o líquido pode até escorrer, mas a mulher não tem órgão ejaculador como homem.” A lubrificação é um mecanismo que protege a vagina e aumenta o prazer, facilitando a penetração, acrescentou a professora de artes sensuais Celine. </p> <p><strong>Existem mulheres que não têm orgasmos? </strong><br> De acordo com pesquisas realizadas pela psiquiatra Carmita Abdo, coordenadora do Projeto Sexualidade do Hospital das Clínicas da USP, cerca de um terço das mulheres brasileiras nunca chegou ao clímax durante a penetração nem durante a masturbação. “As mulheres que desfrutam de orgasmos de qualidade e potentes são a minoria (menos que 10%). Fatores culturais e uma educação mais rigorosa em relação à sexualidade afetam o prazer feminino até hoje. Aprender a ver o sexo como expressão do amor e entender que o prazer sexual é saudável aumenta nosso poder imunológico e até mesmo rejuvenesce, porque equilibra os níveis hormonais”, comentou o escritor Kadosh. </p> <p>Não ter orgasmo não significa um problema em definitivo e não se pode permitir que esse fato implique em se sentir inferior ou atrapalhe a vida do casal, opinou Marzano. A mulher deve procurar o ginecologista. O primeiro passo é a verificação dos órgãos genitais e possíveis causas orgânicas, como diabetes descompensada, esclerose múltipla e lesões neurológicas responsáveis pela falta de respostas sexuais. Se não houver problema orgânico, o diagnóstico normalmente vai para a área psicológica. Traumas, estimulação inadequada, inibições, dificuldade de comunicação, tensão emocional e problemas de relacionamento entre o casal são os principais responsáveis pela anorgasmia apontados pela terapia sexual, como listou Marzano. </p> <p><strong>Quantos tipos de orgasmo as mulheres podem ter? </strong><br> “O orgasmo é um só e não podemos dividi-lo em vaginal ou clitoriano. Ele é uma sensação de máximo prazer do corpo inteiro, variando os pontos inicialmente estimulados para a excitação”, afirmou Marzano. “O corpo todo é uma zona erógena. Tem meninas que gostam de mexer nos seios, beliscam e puxam, ficando completamente excitadas. Podem gozar durante o sonho, em um momento livre”, acrescentou o sexólogo Mendes. </p> <p><strong>Por que as mulheres têm mais dificuldade de chegar ao orgasmo? </strong><br> Segundo Marzano, esse conceito geral está errado, pois muitas mulheres têm grande facilidade de ter orgasmos e muitas estão aprendendo sobre a sua resposta sexual, o que facilita muito para que ele ocorra. “Quando uma mulher apresenta a falta ou a dificuldade de ter orgasmos e quer saber o tratamento, deve procurar um médico, de início um ginecologista, a fim de verificar se existe alguma coisa errada nos órgãos genitais ou algum distúrbio hormonal. Se nessa consulta não for verificado problema orgânico, o diagnóstico normalmente vai para a área psicológica e a paciente deve ser encaminhada para um tratamento especializado em terapia sexual”, explicou. </p> <p>“As mulheres, na sua maioria, não estimulam os genitais com a mesma facilidade e frequência que os homens e, por esse motivo, têm mais dificuldades. Está comprovada que a autoestimulação é uma das principais técnicas para potencializar o orgasmo feminino”, completou Celine. </p> <p><strong>Os homens podem fingir orgasmo? </strong><br> Podem. “O homem finge simulando intenso prazer, com caretas e movimentos com contrações. Vai ao banheiro, tira a camisinha rapidamente, sem que a parceria possa constatar que não houve a ejaculação, e retorna. Se não está usando o preservativo, retira o pênis da vagina ou ânus e o segura com a mão e sai logo do ambiente, teoricamente para lavá-lo”, contou o sexólogo Marzano. </p> <p>Sabe-se hoje que homens e mulheres forjam orgasmos e as justificativas de quem assume a farsa giram em torno das mesmas razões. “Algumas mulheres acham que é assim que tem que ser, alguns homens não querem magoar a parceira, existem aquelas que fingem o orgasmo com medo de perder o companheiro e as que não querem perder pontos para possíveis rivais, assim como homens que esperam não deixar dúvidas sobre sua virilidade. E ainda há homens e mulheres que frustram suas expectativas e querem acabar logo com aquilo”, comentou o profissional. </p> <p><strong>Existe realmente o ponto G feminino? </strong><br> Existe uma grande discussão sobre sua existência, mas, segundo especialistas, é uma área mais sensível e que vale a pena ser explorada, como informou o sexólogo Marzano. O ponto G feminino recebeu esse nome em homenagem ao médico alemão Ernst Gräfenberg, o primeiro a estudá-lo. Fica atrás do osso púbico, perto do canal da urina, e é acessível por meio da parede anterior da vagina. </p> <p><strong>Os homens também têm ponto G?</strong><br> Também há discussão sobre sua existência. Supõe-se que o acesso ao tal ponto G masculino seja pelo ânus. Para localizar essa região, ao introduzir o dedo no ânus, na parede anterior (em direção ao pênis) na profundidade de 2 a 3 cm, é palpada uma elevação do tamanho de uma noz (a glândula prostática). “Essa região é bem sensível e ter ou não sensações sexuais depende de cada homem. O fato de alguns homens terem preconceito de tocar o ânus pode impedir a sensação de prazer, pois qualquer sentimento negativo, de medo, vergonha, ou que coloca em cheque a sua masculinidade bloqueia a resposta sexual e pode perder o desejo, a excitação e a ereção”, comentou Marzano. </p> mais especiais de mulher