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Turismo gay no Carnaval do Rio gerou R$461 mi, diz pesquisa

Levantamento da Prefeitura, em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF) revelou que 30% da receita dos turistas veio do público LGBT e consolida o Rio como destino gay do Brasil

2 abr 2014 - 17h07
(atualizado às 17h23)
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<p>Turistas LGBT representaram quase um terço da renda do Carnaval</p>
Turistas LGBT representaram quase um terço da renda do Carnaval
Foto: Raphael Lima/Prefeitura do Rio / Divulgação

Se alguém ainda tinha alguma dúvida de que o Rio de Janeiro é o principal destino gay do Brasil e do mundo, uma pesquisa da Prefeitura da capital fluminense, realizada em parceria com a Universidade Federal Fluminense (UFF), não só consolidou esta tese, como trouxe ainda um dado bastante significativo: o turista LGBT gerou para a economia da cidade uma movimentação R$ 461 milhões.

Para se ter uma ideia da importância deste público para a festa popular realizada no Rio de Janeiro, este dado representa 30,75% do que foi gerado de renda durante a realização dos desfiles no Sambódromo, blocos de rua e festas em casas noturnas. De acordo com a RioTur, o Carnaval gerou para a cidade a movimentação de R$ 1,5 bilhão.

Este montante foi impulsionado pela vinda de 918 mil turistas (estrangeiros e brasileiros), sendo que 137 mil se consideraram homossexuais, bissexuais, travestis e transexuais.

Ou seja, na amostragem realizada em um total de 614 questionários respondidos entre os dias 28 de fevereiro e 04 de março, os turistas LGBT compuseram 15% do total divulgado. “Eles representaram quase um terço de toda a renda do Carnaval como um todo. É extremamente importante, pois isso é uma informação que explica que eles têm recursos para gastar e gastam. Os empresários têm que estar de olho, pois se não o fizerem, estão perdendo grande oportunidade de investimento”, destacou Osíris Marques, professor da UFF responsável pela pesquisa.

<p>De acordo com o levantamento, 86% do grupo tem ensino superior </p>
De acordo com o levantamento, 86% do grupo tem ensino superior
Foto: Raphael Lima/Prefeitura do Rio / Divulgação

A importância econômica deste grupo, em geral bem-sucedido (86% tem ensino superior, de acordo com o levantamento) e sem filhos para sustentar, pode se medir ainda pelo gasto diário: R$ 47 milhões.

O turista gay brasileiro deixou na economia da cidade, por dia, R$ 302, enquanto que os estrangeiros têm ainda maior poder aquisitivo: R$ 538, entre gastos com hospedagem, alimentação e eventos.

A média de idade deste turista (70% homossexuais, 8,8% bissexuais, travestis 0,3% e transexuais 0,1% - os outros 20% são heterossexuais, mais conhecidos como “simpatizantes”) é de 26 anos. A maioria vêm do Brasil (82%) e do estado de São Paulo (32,7%), Minas Gerais (19,2%), Rio de Janeiro (13,5%), Distrito Federal (5%) e outros (2,8%). Os estrangeiros representaram na amostra 15,8% do público, com destaque para os norte-americanos (20%), Inglaterra (10%) e Canadá (7,4%).

Reforçando a tese do Rio de Janeiro como destino gay, o público LGBT pesquisado ao longo das festas de Carnaval, em média, respondeu que aquela era a sétima oportunidade que visitava a cidade, sendo que a renda individual na amostra representa 8.7 salários mínimos (R$ 6.300). “Vou gastar quanto eu quiser, eles dizem, tenho dinheiro para gastar, isso foi o que a gente mais ouviu. Não é uma generalidade, mas existe essa despreocupação com essa renda elevada”, explicou Marques.

Ele comentou ainda a grande incidência deste público em viagens para o Rio de Janeiro. “As outras pesquisas que a gente fez, na Copa das Confederações e Jornada Mundial da Juventude, por exemplo, a média era baixa, na média, 70% das pessoas era a primeira vez. Então esse número de sete vezes é bastante alta, especialmente se pensar que poderiam ter inúmeros outros destinos”, complementou.

No geral, de 1 a 5, a nota dada para a cidade foi de 3,9. Sobre a questão da violência na capital fluminense, com números cada vez mais elevados, o pesquisador explicou que “baseada em outras pesquisas, a gente pensou em colocar alguma coisa, mas como o questionário já estava muito extenso, não seria o foco. Pela minha percepção, não tivemos relatos. As pessoas reclamavam de transporte. E o clima de Carnaval não é de reclamação”.

Fonte: Terra
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